quinta-feira, 11 de julho de 2013

Era uma vez o Maracanã

Sem bandeiras, sem fogos, sem instrumentos musicais. Não pode tirar a camisa nem assistir ao espetáculo de pé… Sejam bem-vindos ao mais novo teatro inaugurado na cidade do Rio de Janeiro: o “Teatro Jornalista Mário Filho”, mais popularmente conhecido como “Teatro Maracanã”. Empreendida por Delta, Odebrecht e Andrade Gutierrez a um custo de mais 1 bilhão de reais aos cofres públicos, a obra teve início em 2010. No local, funcionava um antigo estádio, demolido para a construção do novo teatro, com capacidade para 78 mil pessoas. Talvez o maior teatro do mundo.

Pois é, amigos. É com essas palavras que deveriam ser anunciadas as medidas “anti-violência” do Consórcio Maracanã S/A para as partidas do Campeonato Brasileiro. Na verdade, o efeito disso tudo foi o contrário: o Maracanã foi duramente violentado. Não é mais o mesmo. Durante os jogos a que assisti na nova arena, México x Itália e Espanha x Taiti, pela Copa das Confederações, guardava a esperança de que a alma do velho Maraca tivesse sobrevivido, de que, com os jogos dos clubes, não teríamos uma ‘plateia’ no estádio. Mas eis que o sr. Eike Batista e seus muquepes trataram destruir essa esperança.

Em São Paulo, já temos uma experiência do tipo. Lá, também já são proibidos bandeiras, fogos e instrumentos musicais nos estádios. O resultado, todos já sabem. No caso do Rio, porém, impressiona a proibição em relação aos sem-camisa e aos que ficam em pé. Afinal, há uma ditadura também no esporte? Será que isso tudo não faz parte de um processo ferrenho de elitização do público que aprecia o futebol? Isso fica ainda mais escancarado quando vemos os preços prévios que o consórcio impôs nos melhores setores do estádio para jogos do Fluminense: nada mais, nada menos que R$ 100,00 e R$ 220,00.

Outro crime é a instalação de grades para a divisão das torcidas. Ou esses caras não pensam ou têm preguiça de pensar. Já que o receio é com as torcidas organizadas, por que não separá-las por um cordão humano, como será feito neste domingo (14) no jogo entre Flamengo e Vasco no Mané Garrincha? Não impedindo a mistura das torcidas nos setores inferiores, como ocorria no antigo estádio: um diferencial do então Maracanã em relação aos demais estádios e motivo de orgulho para os torcedores cariocas.

Por que não fizeram como no Mineirão, em que foram mantidos os dois lances de arquibancadas? O impacto seria bem menor e o torcedor não sentiria tanto a falta da magia do Maraca. Sem contar que o custo seria provavelmente bem menor que os absurdos 1,049 bilhão de reais, pois o estádio já havia passado por duas reformas.

Toda essa modernização, apesar de necessária, da forma como foi feita teve o seu preço. Estamos na era das arenas, em que a torcida deve ter comportamento de plateia, com seus lugares marcados. Esta é a dura realidade. E a verdade é que essa total descaracterização do estádio e de seu entorno é o só o começo de uma bola de neve.

A música de Neguinho da Beija-Flor parece já não fazer mais sentido. Sérgio Cabral não vendeu o Maracanã. Ele simplesmente o demoliu. A um alto preço.

Maracanã: *1950 + 2010
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Galo épico e favorito

Que campanha épica é a do Atlético Mineiro na Taça Libertadores da América 2013. O futebol só tem a agradecer a esse time por existir. Sim, pois qual equipe joga um futebol como joga a equipe de Cuca? Qual equipe tem trazido aos fãs de futebol tanta emoção como esse time tem trazido, fazendo jus a uma de nossas razões para amar futebol? Nem a seleção brasileira trouxe esse sentimento durante a campanha da Copa das Confederações. Os matas-matas diante do Tijuana e Newell’s Old Boys merecem ficar guardadas na história, não só na do galo, mas também do futebol brasileiro. E se formos falar de um só jogador que merece ser lembrado, o nome dele é Victor.

O arqueiro atleticano merece uma estátua no Independência. Os dois mais importantes pênaltis defendidos na história do galo tiveram sua autoria, não é pouca coisa. Após a cobrança convertida por Ronaldinho, criou-se uma atmosfera incrível na qual parecia que todos os torcedores do Galo já sabiam que Victor iria defender o chute de Maxi Rodríguez. A “previsão” se confirmou e, se Victor já havia feito história no clube pegando o pênalti do atacante Riascos, do Tijuana, dessa vez ele foi imortalizado e merece ser lembrado para sempre na história do galo. Com ou sem título.

O treinador Cuca também tem méritos por essa campanha. Após anos montando excelentes times pelos clubes onde passou, e também colecionado poucos títulos expressivos e muitos fracassos, o treinador mais uma vez forma uma ótima equipe. Com uma diferença: dessa vez parece haver superado o estigma de derrotado e azarado e contado com uma verdadeira sorte de campeão e entrega total dos jogadores.

Suas equipes jogam sempre ofensivamente e, acima de tudo, com muita organização, sem se exporem. Isso é para poucos. Praticam o futebol mais vistoso do país, comparadas ao pragmatismo de Muricy, Luxa, Felipão e Tite. Qual treinador brasileiro teria a ousadia de escalar juntos Bernard, Tardelli, Ronaldinho e Jô? Certamente, um deles sobraria na mão de outro treinador. Veremos Cuca um dia na seleção brasileira? Dirão que não possuem experiência, mas já que a nossa seleção vem sendo renovada, por que não renovar também na comissão técnica? Seria uma excelente aposta.

Voltando ao galo, outro personagem que merece também destaque é o atacante Guilherme. Tão criticado e perseguido, agora é herói. Que maravilhoso é o futebol, não? Cuca bancou sua permanência e, mais uma vez, foi feliz.

As finais tendem a se tornar a cereja do bolo. O Atlético é o favorito, tem muito mais time que o Olímpia, com uma diferença técnica abissal e, além disso, fará a segunda partida em casa. O fato de que não poderá atuar no Independência, onde o time se mantém ainda invicto, pode ser prejudicial, mas não irá decidir o confronto. O Atlético não poderá ter um caldeirão como no Horto, mas a massa será maior.

No entanto, o time do treinador Ever Almeida não deve ser desprezado, pois tem camisa e tradição (é tricampeão da Libertadores) e conta com jogadores experientes e perigosos, especialmente a dupla de ataque Bareiro e Salgueiro. E, assim como o galo, também eliminaram duas equipes (Fluminense e Santa Fé) também com uma dose de sorte. Portanto, olho vivo nos paraguaios. Um grande desafio para os comandados de Cuca certamente será furar a eficiente retranca do Olímpia, que tem tudo para ser implantada nas duas partidas finais – dia 17 no Defensores del Chaco e 24 no Mineirão – podendo compensar sua reconhecida inferioridade técnica.

Enquanto a decisão não chega, os atleticanos devem comemorar e muito. O galo já fez história na Libertadores.

*Dedicado à minha amiga, fanática pelo Galo, Mariana Couto

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segunda-feira, 1 de julho de 2013

Brasil campeão: O maior vence o melhor

A excepcional, e porque não surpreendente, goleada do Brasil em cima da Espanha, na noite deste domingo (30) pela final da Copa das Confederações 2013, no Maracanã, mostrou que a mística da camisa verde e amarela ainda existe e que a seleção canarinho deve ser respeitada e temida em qualquer circunstância por todos os adversários. Foi a vitória do maior contra o melhor. Maior sim, pois qual país tem cinco títulos mundiais no currículo? Mas a conquista da Copa das Confederações poderia ter um rumo diferente, caso a conclusão de dois lances tivessem desfechos diferentes.

O primeiro é, sem dúvida, o gol de Fred logo aos dois minutos de jogo. Aquele gol mudou completamente os rumos da partida. A equipe da Espanha, por mais experiência que tivesse, sentiu o gol e ficou nervosa em campo, errando passes fáceis que não costuma errar. O Brasil, com isso, ganhou mais confiança para imprimir sua forte e eficiente marcação, que anulou as principais jogadas espanholas. O segundo é o corte de David Luiz, que salvou o gol de Pedro em cima da linha. Um empate da Espanha àquela altura poderia recolocar a 'fúria' no jogo. Portanto, podemos dizer que o Brasil contou com uma pequena dose de sorte também.

Mas não podemos desconsiderar a raça, determinação e aplicação tática da equipe brasileira, que fez uma excelente partida e conquistou o título com méritos. Diminuiu os espaços, foi objetivo, não deixou a Espanha praticar o "tic-tac" e soube aproveitar as oportunidades. Não foi um espetáculo, digno do futebol arte que ainda temos esperança de ver ressurgir, mas devemos reconhecer a eficiência da equipe. Méritos para Felipão, que, em pouco tempo desde que assumiu, conseguiu dar uma cara à seleção, melhorando o seu jogo coletivo e montando uma equipe que não encantou pelo futebol, mas conseguiu os resultados.

Se o assunto for destaques individuais, podemos citar Paulinho, Fred e Neymar. O primeiro parece que evoluiu ainda mais seu futebol na competição, mostrando ser uma peça importante na seleção, com eficiência na marcação e na saída de bola. O atacante do Fluminense se firmou como dono da camisa 9 e demostrou-se decisivo, marcando gols nos dois jogos finais. Já o novo reforço do Barcelona superou a desconfiança da mídia e da torcida e foi simplesmente o melhor jogador da competição. E chega à Catalunha com moral para, finalmente, se tornar o melhor do mundo.

Para a Espanha, fica a lição de que será preciso encontrar uma solução contra marcações mais compactas e que a sufoquem em seu campo de defesa, como aconteceu hoje. Se compararmos com o primeiro jogo, com vitória tranquila diante do Uruguai, vimos que Felipão acertou na receita do bolo. Naquele jogo, a equipe uruguaia marcava de longe, dando muitos espaços no meio-campo, fazendo com que a fúria chegasse com facilidade à sua área. O Brasil fez completamente o oposto, e foi feliz.

Chamou a atenção as atuações ruins de Mata, Fernando Torres e Arbeloa na partida. O último, inclusive, confirmou o futebol limitado que possui e provou que a safra de laterais direitos espanhóis anda nada boa, vide Michel Salgado. O deslocamento de Sérgio Ramos para esse setor pode ser uma solução. Xavi e Iniesta, destaques máximos da equipe de Vicente del Bosque, sofreram com a forte marcação e não conseguiram render.

Guardadas as devidas proporções, tudo isso lembra a goleada do Bayern sobre o Barcelona, na Liga dos Campeões da temporada passada, em que as circunstâncias foram as mesmas. Eram poucos os que apostavam em goleadas ou os torcedores que afirmavam que era possível jogar de igual para igual com os timaços espanhóis. Brasil e Bayern, porém, provaram o contrário e desfizeram a ideia de que há times imbatíveis ou que os jogadores espanhóis são imortais.

Mas o resultado, em nenhuma das duas circunstâncias, representa um declínio do futebol espanhol. Pelo contrário, continuarão fortes e brigarão por títulos. As conquista recente no Europeu sub-21, onde a seleção contava com jogadores talentosos e de futuro como Thiago Alcantara, Isco, Muniain e Tello dá indícios disso. E não é por causa da derrota de hoje que a "roja" deixa de ser a melhor da atualidade e uma das favoritas ao título da Copa do Mundo ano que vem. A derrota, inclusive, pode fazer bem à equipe, que dificilmente cometerá os mesmos erros da Copa das Confederações.

O Brasil, por sua vez, deve comemorar muito o título e a recuperação da confiança da torcida e do respeito que há muito tempo não imprimia ou pouco imprimia aos adversários. Mas não deve se deslumbrar, pois na Copa do Mundo, será preciso mais. Na Copa de 2014, a seleção poderá não só ter a Espanha pela frente novamente, mas adversários fortíssimos como Alemanha, Argentina e Holanda. Além disso, é um torneio mais longo, com um nível de cobrança ainda maior. Um novo fracasso pode fazer com que a conquista da Copa das Confederações não seja mais considerada importante e que o trabalho feito vá por água abaixo. É outra história.

Força da torcida

O apoio da torcida brasileira foi um show à parte neste torneio. Foram poucas as vaias e foi total o apoio, algo que não víamos a muito tempo nos estádios brasileiros. Ainda mais o Hino Nacional sendo cantado a plenos pulmões antes e durante as partidas. Inesquecível! E será um fator importante para o sucesso do Brasil na Copa.

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domingo, 30 de junho de 2013

Brasil e Espanha decidem Copa das Confederações no Maracanã

Grande final entre melhor seleção e maior tradição do futebol mundial

 

Logo mais, às 19h horas, Brasil e Espanha duelam pela final da Copa das Confederações, no Estádio do Maracanã. Uma partida cercada de expectativas e que pode entrar para a História. A tradição do futebol brasileiro, maior vencedor de Copas, contra a atual melhor seleção do mundo, que simplesmente conta com a base do Barcelona no seu elenco. Promessa de um grande jogo, digno do gramado em que os jogadores irão pisar.

Nas semifinais, a seleção canarinho e a fúria passaram por Uruguai e Itália, respectivamente. Tendo em conta equipe, entrosamento e fase atual, os espanhóis levam, sem dúvida, o favoritismo para essa final. A Espanha entrará em campo com grande parte dos jogadores que faturaram o bicampeonato europeu e a Copa do Mundo de 2010. Com a tradição de sua camisa e a força da torcida, o Brasil pode dificultar e muito a vida da seleção espanhola. A equipe brasileira está mais confiante após a sequência de vitórias, apesar de o desempenho ainda não agradar nem convencer.

E é justamente de uma grande exibição em campo que os escalados de Felipão precisam para bater a Espanha. O Brasil precisa fazer mais que a Itália e, sobretudo, contar com a estrela de Neymar, único craque da equipe e maior esperança brasileira. Pelo futebol apresentado até aqui, não é difícil imaginar que a Espanha deve sobrar em campo. Diante do previsível cuidado dos espanhóis com os jogadores de frente, Paulinho pode ser o elemento surpresa para os canários adentrarem a área adversária. O volante possui muita facilidade em chegar ao ataque.

A fúria tem a seu favor a categoria de dois dos melhores jogadores do mundo: Xavi e Iniesta. Os craques do Barcelona comandam o meio de campo espanhol e precisarão de atenção redobrada da marcação brasileira. Outro ponto a favor é o banco de luxo com que o treinador Vicente del Bosque conta: David Silva e Jesús Navas, do Manchester City, e Juan Mata, eleito jogador do ano do Chelsea.

Mas a Espanha precisa também de algo a mais: faro de gol. Quantas vezes não vemos o time espanhol chegar com facilidade à área do adversário e pecar nas finalizações? Ou fazer um passe ao invés de finalizar? Diante do Brasil, isso pode custar caro.

É provável que Felipão tente fazer com que a equipe pressione a saída de bola do adversário e busque abrir o placar para depois recuar em busca de contra-ataques, explorando a velocidade de Hulk e Neymar, para tentar matar o jogo. E o grupo espanhol não deve fugir de seu estilo "Tik-taka", rodando a bola, com intensa movimentação de seus jogadores, sem posição fixa, como um verdadeiro "carrossel".

A Espanha é mais time que o Brasil. Mas somente isso não deve fazer a diferença para a "roja", ainda mais se tratando de uma final. A camisa verde e amarela tem muito peso e precisa ser respeitada. Assim como o Brasil precisa se superar, a fúria necessita ultrapassar seu desempenho exercido contra a Itália. Ambas as equipes devem cuidar para que os erros sejam mínimos.

E seja qual for o resultado, duas coisas são certas: a Espanha não deixará de ser a melhor seleção do mundo e o Brasil terá que fazer mais se quiser fazer uma boa Copa do Mundo.

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quarta-feira, 26 de junho de 2013

Nada de "Mineirazzo"

Uma vitória na base da raça. Assim foi a passagem do Brasil para a grande final da Copa das Confederações. Em partida disputada no Mineirão, na tarde desta quarta (26), a equipe do técnico Luiz Felipe Scolari conquistou uma suada vitória sobre o Uruguai, por 2 a 1, e agora espera a definição de Espanha x Itália, amanhã à tarde, para conhecer seu adversário na final, marcada para domingo no Maracanã.

Na partida de hoje, destaque para Paulinho, que foi decisivo. O novo e ótimo reforço do time inglês Tottenham iniciou a jogada do primeiro gol, marcado por Fred, e fez de cabeça o gol da vitória brasileira. Cada vez mais o volante se firma e conquista a confiança dos torcedores. Da parte do Uruguai, o trio de ataque formado por Cavani, Suárez e Forlán deu trabalho, mas não conseguiu fazer a diferença para a celeste.

O jogo começou truncado, com o Brasil tendo dificuldades na criação diante da ótima marcação da equipe uruguaia. Neymar, que foi o mais vigiado, sofria com a marcação individual de Arévalo e com o auxílio de Cavani na defesa. A equipe do treinador Oscar Tabarez veio no esquema 4-3-3, com os pontas Cavani e Suárez voltando até a defesa para fortalecer a marcação e acompanhar os laterais Daniel Alves e Marcelo.


Com 14 minutos, a primeira chance clara: Lugano sofreu pênalti de David Luiz. Forlán cobrou rasteiro, no canto esquerdo, mas Júlio César fez uma grande defesa, colocando para escanteio. Nos primeiros vinte minutos, porém, o panorama se manteve com o Brasil tentando encontrar brechas e o Uruguai, com sólida defesa, tentando armar contra-ataques. Até que aos 27, veio a primeira oportunidade brasileira: Hulk tabelou com Oscar, mas chutou mal, para longe do gol. Aos 30, foi a vez do Uruguai: Forlán recebeu na entrada da área e chutou com perigo à meta de Júlio César.

Aos 40 minutos, apesar de não ter sido brilhante tecnicamente, a seleção canarinho acabou “achando” o seu gol. Após excelente lançamento de Paulinho, Neymar matou a bola no peito e tocou na saída de Muslera, que rebateu a bola para o meio da área. Oportuno, Fred completou para as redes abrindo o placar. Com o terceiro gol na competição, o atacante do Fluminense vem fazendo jus à sua convocação.

Logo no início do segundo tempo, aos 2 minutos, o Uruguai chegou ao empate: depois de bate-rebate dentro da área, a bola sobrou para Thiago Silva, que tocou errado para Marcelo, dentro da área. Cavani aproveitou e chutou no canto direito de Júlio César. Um gol que calou o Mineirão e deu ares de dramaticidade à partida. Com isso, o Uruguai acabou crescendo e por pouco não chegou à virada: aos 20, Forlán levantou para a área, Suárez desviou ligeiramente e, por pouco, Thiago Silva, de cabeça, não faz contra.

A essa altura, Felipão já tinha trocado Hulk por Bernard. A mexida surtiu efeito, o meia do Atlético Mineiro entrou bem e deu fôlego ao ataque. Nos últimos 15 minutos, o Brasil passou a apresentar mais volume de jogo enquanto o Uruguai não baixava a guarda demonstrando raça e vontade em campo. A celeste até chegou a perigar com Cavani, que recebeu na entrada da área e bateu. A bola resvalou em Luiz Gustavo e, por pouco, não enganou Júlio César.

Quando o jogo parecia se encaminhar para uma prorrogação, eis que surge a estrela de Paulinho: após perfeita cobrança de escanteio de Neymar, o volante se deslocou bem para cabecear pro fundo das redes. Para irritação de Luis Suárez, que reclamou com Muslera por não ter ido na bola na hora do cruzamento.

O Uruguai ainda tentou arrancar forças para um empate, levando perigo nos cruzamentos para a área brasileira. Mas já era tarde. Numa partida emocionante, a classificação teve as cores verde e amarelo. E com promessa de jogão este domingo no Maracanã, caso a Espanha confirme o favoritismo diante da Itália.


FICHA TÉCNICA BRASIL 2 X 1 URUGUAI

Local: Mineirão, Belo Horizonte (MG)

Horário: 26/6/13, às 16h

Árbitro: Enrique Osses (CHI)

Assistentes: Carlos Astroza (CHI) e Sergio Roman (CHI)

Público: 57.483 presentes

Cartões amarelo: David Luiz, Luiz Gustavo, Marcelo (BRA); Cavani, A. Gonzalez (URU)

Gols: Fred, aos 41'/1ºT (1-0), Cavani, aos 3'/2ºT (1-1), e Paulinho, aos 41'/2ºT (2-1)

Equipe brasileira: Júlio Cesar; Daniel Alves, Thiago Silva, David Luiz e Marcelo; Luiz Gustavo, Paulinho e Oscar (Hernanes - 27'/2ºT) e Hulk (Bernard - 18'/2ºT); Neymar (Dante - 45'/2ºT) e Fred. Técnico: Felipão.

Equipe uruguaia: Muslera; Maxi Pereira, Lugano, Godín e Cáceres; Arévalo, Álvaro González (Gargano - 37'/2ªT) e Cristian Rodriguez; Cavani, Forlán e Suárez. Técnico: Oscar Tabaréz.

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segunda-feira, 24 de junho de 2013

Copa das Confederações: Panorama da primeira fase

A primeira fase da Copa das Confederações se encerrou na tarde deste domingo (23) sem grandes surpresas. Em ambos os grupos, o resultado foi o esperado: Brasil e Itália avançaram no Grupo A enquanto que, no Grupo B, Espanha e Uruguai garantiram vaga nas semifinais também sem grandes dificuldades. A seleção canarinho e a fúria realizaram suas melhores campanhas, ambas com 3 vitórias em 3 jogos.

A fase inicial da competição apresentou bom nível técnico, com boas e emocionantes partidas. Destaque absoluto para Itália 4×3 Japão, o melhor jogo do torneio até agora, e também para Itália 2×4 Brasil. A Espanha foi eleita pela Fifa a melhor equipe em campo e Neymar o melhor jogador, com boas atuações e três gols em três jogos.

A participação da desconhecida seleção do Taiti também merece ser ressaltada. Não pelo fraco futebol demonstrado e pelo fato de ter sofrido 24 gols e feito apenas um em três partidas, mas pelos fatores extra-campo: a seleção da Oceania conquistou a torcida brasileira por seu carisma, humildade e espírito esportivo.

Em todos os jogos, os taitianos receberam o apoio dos brasileiros e as partidas se transformavam numa verdadeira festa. A cada troca de passes, o grito “olé” surgia das arquibancadas. Cada desarme, roubada de bola e mesmo uma simples defesa do goleiro causava a vibração da torcida. Os taitianos trouxeram muitas vezes mais alegria que os jogos da própria seleção brasileira. Histórica participação, em todos os sentidos, conferindo certo brilho à competição.

Grupo A

O grupo A era, em tese, o grupo mais equilibrado. O Japão, tido como a quarta força do grupo e que conseguiu formar uma boa seleção, prometia dar trabalho ao Brasil, Itália e México, favoritos à vaga. Porém, a equipe nipônica não confirmou no campo as expectativas e acabou decepcionando, com três derrotas em três jogos, apesar de ter feito uma grande partida diante da Itália. Apesar de ter bons expoentes como Honda e Kagawa, faltaram experiência e jogadores de boa estatura na equipe, que sofreu nas bolas paradas.

O México também decepcionou. Esperava-se muito mais da equipe de Chicharito Hernández, que também ficou devendo, apesar dos 3 gols marcados. Porém, deve-se ressaltar que a bola pouco chegava ao atacante do Manchester United, devido à falta de criatividade dos meias mexicanos. A equipe terminou na terceira colocação, com uma vitória e duas derrotas.

Brasil e Itália sobraram no grupo, principalmente a seleção de Luiz Felipe Scolari, que assegurou uma boa sequência de vitórias. A equipe teve sua melhor atuação contra a Itália, partida em que, apesar dos sustos, os brasileiros venceram e convenceram, e terminaram levando um pouco de confiança à torcida. Felipão, enfim, parece ter achado o time ideal, e Neymar conseguiu desequilibrar o openente sendo decisivo nas três partidas.

A azzurra, por sua vez, também praticou um bom futebol, muito por conta da já conhecida e inovadora estratégia da equipe, com um futebol mais ofensivo e vistoso. Méritos para o treinador Césare Prandelli. Porém, a atual geração da seleção italiana mostrou ser bem inferior às esquadras anteriores. Faltam talentos e a azul e branco ainda depende muito de Pirlo e Balotelli.

Grupo B


Já o Grupo B foi bem previsível. A partida entre Nigéria e Uruguai, na segunda rodada, foi decisiva para a definição de uma das vagas. A vitória uruguaia deixou a celeste com tudo para avançar, já que bastava golear o Taiti, tarefa não muito complicada. A Espanha, como era de se esperar, foi soberana, com 100% de aproveitamento e superioridade técnica indiscutível.

Com a ‘fúria’ passando com tranquilidade e o Taiti sendo o saco de pancadas do grupo, o Uruguai despontou como favorito para a segunda vaga, o que acabou se confirmando. A celeste, dessa vez, não tem só o peso de sua camisa a favor, também conta com uma boa equipe e um trio de atacantes de dar inveja: Forlán, Suárez e Cavani. Este ainda não marcou e não se saiu bem na primeira fase, mas merecerá a atenção da defesa brasileira nas semifinais.

A Nigéria ficou pelo caminho, mas desempenhou um papel honroso tendo realizado boas partidas contra Espanha e Uruguai, em especial contra o primeiro. No jogo de domingo, a equipe do treinador Stephen Keshi jogou, na maior parte, de igual para igual com os espanhóis, com uma postura elogiável, partindo para cima e criando grandes chances. Faltou maior precisão e calma nas conclusões. Os desfalques de Moses e Emenike, destaques da conquista da Copa Africana de Nações, pesaram.

A seleção espanhola confirmou o favoritismo e avançou com tranqüilidade. Impressiona a organização, estrutura tática e movimentação da equipe de Vicente del Bosque, sem contar os talentos individuais como Xavi e Iniesta. A escalação do atacante Soldado surpreendeu, mas não interferiu na estratégia da equipe. A escolha pelo atacante do Valencia se deve muito a estr em sua melhor fase, apesar de ser tecnicamente inferior a Villa e Fernando Torres.

Nesta quarta (26), inicia-se a fase final do torneio, com a primeira semifinal entre Brasil e Uruguai, no Mineirão, em Belo Horizonte, às 16h. Na quinta (27), é a vez de Espanha x Itália, na Arena Castelão, em Fortaleza, no mesmo horário. Promessa de dois jogaços e fortes emoções, com uma tendência de equilíbrio maior no primeiro jogo e favoritismo total da Espanha no segundo, ainda mais se a Itália não puder contar com Pirlo e Balotelli.

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sexta-feira, 14 de junho de 2013

Panorama das equipes da Copa das Confederações

A Copa das Confederações, que começa amanhã com Brasil e Japão em Brasília, trará uma pequena amostra de como será a Copa do Mundo no ano que vem. Competirão as seleções vencedoras de seus torneios continentais, além do país-sede e do atual campeão do mundo, Espanha. Os jogos acontecerão em seis cidades-sedes: Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Brasília, Salvador, Recife e Fortaleza.

O evento servirá como um teste de fogo para o Brasil e sua rede de serviços essenciais. Problemas como infraestrutura dos aeroportos, hotelaria, segurança e de transporte vêm sendo muito apontados, bem como o atraso e denúncias de irregularidades e superfaturamento das obras.

À parte os problemas estruturais e políticos, a seguir um panorama das oito seleções que participarão do torneio.

GRUPO A

BRASIL (país-sede, 22º no ranking da Fifa): A seleção canarinho, sob o comando de Felipão, vem em busca do tetra campeonato na competição – foi campeã em 1997, 2005 e 2009. A equipe, que tem Neymar como principal destaque, é ainda uma incógnita, já que Luis Felipe Scolari ainda não encontrou a escalação e a tática ideais.

Um dos fatores que poderia fazer a diferença para a seleção, que é a força da torcida brasileira, parece um pouco distante e precisará ser reconquistada. O time vem sofrendo críticas, devido principalmente ao futebol apresentado até agora.

Titulares: Júlio César; Daniel Alves, Thiago Silva, David Luiz e Marcelo; Paulinho, Luiz Gustavo (Hernanes), Oscar e Hulk; Neymar e Fred. Téc.: Luis Felipe Scolari

JAPÃO (campeão da Ásia, 32º no ranking da Fifa). Os nipônicos contam com um elenco que talvez tenha sido o melhor já formado até agora. Com 14 jogadores que atuam na Europa, o Japão não vem para ser apenas um “Sparring” e sonha alto. Uma passagem para as semi-finais já poderia ser considerada uma grande façanha para a equipe do técnico italiano Alberto Zaccheroni, tendo em vista que sua chave conta com adversários mais fortes. Destaque absoluto para Shinji Kagawa, meia do Manchester United.

Titulares: Kawashima; Uchida, Komano, Yoshida e Nagatomo; Hosogai, Hasebe, Endo e Kagawa; Honda e Okazaki. Téc.: Alberto Zaccheroni.

MÉXICO (campeão da Concacaf, 17º no ranking da Fifa): A boa seleção do México promete dar trabalho aos adversários no seu grupo. A equipe do técnico Manuel de la Torre possui um forte jogo coletivo e tem em Chicharito Hernandez, atacante do Manchester United, a maior esperança para fazer bonito na competição. A “pequena ervilha” tem 21 gols em 29 jogos pela seleção e está em boa fase. Sinaliza perigo e muito trabalho à vista para Brasil, Itália e Japão.

Titulares: Ochoa; Nilo, Reyes, Rodríguez e Salcido; Torrado, Reyna, Aquino e Giovanni dos Santos; Barrera e Chicharito Hernandez. Téc.: Manuel de la Torre.

ITÁLIA (vice-campeã da Europa, 8ª no ranking da Fifa): Devido à Espanha ter vencido a Eurocopa e o último Mundial, abriu-se uma vaga para a vice-campeã europeia, a azzurra. A equipe italiana tem como ponto forte o conjunto: a base é formada, em sua maioria, por jogadores da Juventus, atual campeã italiana. O destaque, não só por seu futebol, é Balotelli. Polêmico fora de campo, o atacante do Milan é o principal alvo dos holofotes em torno da seleção.

O técnico Cesare Prandelli implementa há alguns anos uma forma de jogar diferente da habitual para a seleção, visando mais ao ataque e abdicando da tradicional retranca. Porém, assim como a seleção brasileira, a Itália está cercada de desconfiança por parte de imprensa e torcida.

Titulares: Buffon; Maggio, Bonucci, Chiellini e De Sciglio; De Rossi, Pirlo, Marchisio e Montolivo; El Sharaawy e Balotelli. Téc.: Cesare Prandelli.

GRUPO B

ESPANHA (atual campeã da Europa e do Mundial, 1ª no ranking da Fifa): A ‘fúria’ vem embalada pelos títulos recentes e pelos resultados nas eliminatórias. A equipe do treinador Vicente del Bosque não perde a mais de 20 partidas e está em busca do único título importante que ainda não possui, o campeonato das Confederações. A base da equipe é composta, em sua maioria, por jogadores do Barcelona e do Real Madrid, e tem os meias Xavi e Iniesta como as principais referências.

O estilo de jogo da seleção espanhola é bem parecido com o do time catalão: envolvente e com valorização da posse de bola em busca das brechas na defesa adversária.

Titulares: Casillas (Valdés); Arbeloa, Piqué, Sergio Ramos e Jordi Alba; Busquets (Javi Martínez), Xavi, Iniesta e David Silva; Pedro e Villa. Téc.: Vicente del Bosque.

URUGUAI (campeão da Copa América, 19º no ranking da Fifa): A celeste atualmente não passa por um bom momento. Nas eliminatórias sul-americanas, é apenas a quinta colocada, estando na repescagem caso o classificatório terminasse hoje. Apesar da situação atual, o Uruguai conta com a base do elenco que foi quarto lugar na última copa e ainda conta com a tradição de sua camisa. Luís Suarez, Edinson Cavani e Diego Forlán são as principais estrelas do time comandado por Oscar Tabarez.

Titulares: Muslera; Maxi Pereira, Lugano, Godín e Cáceres; Pérez, Arévalo Ríos e Gastón Ramírez; Forlan, Cavani e Suárez. Téc.: Oscar Tabarez.

NIGÉRIA (campeã da Copa Africana de Nações, 31ª no ranking da Fifa): A Nigéria vem credenciada pelo bom futebol praticado na Copa Africana e, assim como o Brasil, também passa por um processo de reformulação. São muitos jogadores jovens que atuam no futebol africano e em pequenos e médios clubes da Europa. Nomes mais conhecidos como Martins, Odemwingie e Yakubu não fazem parte da lista do técnico Stephen Keshi.

Por opção do treinador, Moses e Emenike, jogadores fundamentais para a conquista do continente africano, não viajaram para o Brasil e certamente farão falta ao time.

Titulares: Eneyama; Ambrose, Omeruo, Benjamin e Echiejile; Mikel, Onazi e Mba; Akpala, Musa e Ideye. Téc.: Stephen Keshi.

TAITI (campeão da Oceania, 138º no ranking da Fifa): O Taiti vem como o azarão da atual edição da Copa das Confederações. Sem uma liga profissional e com a maioria de seus jogadores sendo amadores, o time da Oceania é candidato fortíssimo a saco de pancadas da competição. Destaque para Marama Vahirua, jogador que já passou pelo futebol europeu.

Titulares: Roche; Faatiarau, Ludivion e Caroine; Vero, Jonathan Tehau, Bourebare, Vahirua, Chong-Hue e Simon; Alvin Tehau. Téc.: Eddy Etaeta.

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